terça-feira, 29 de novembro de 2011

terrenos

de forma bastante sucinta (espero), destaco seis boas mixtapes vindas do r&b este ano. é aquele tipo de artigo que facilmente cai em digressões e num everlasting processo de correcções e ajustes. procurei manter a coisa estruturalmente simples. até porque o mais importante é que alguém se dê ao trabalho de as sacar. wake up call.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

fodismos

entrou ontem o artigo colectivo sobre o free jazz. duas escolhas minhas, entre um mundo de possibilidades. sem qualquer ordem nem aprumo, uma pequena lista de discos que mais do que foder estes ouvidos, os abriram para toda uma nova realidade :

frank lowe - black beings
charles gayle - repent
john butcher & phil durrant - secret measures
sonny sharrock - black woman
masayuki takaynagi & kaoru abe - mass projection
cecil taylor - unit structures
evan parker & keith rowe - dark rags
sun ra - atlantis
arthur doyle plus 4 - alabama feeling
pharoah sanders - karma
alice coltrane - journey to satchinananda
frank lowe & rashied ali - duo exchange
peter brötzmann sextet/quartet - nipples
john coltrane - concert in japan
albert ayler - live in greenwich village
don cherry - bown rice
shlippenbach trio - pakistani pomade
dave burell - echo
tony oxley - ichnos
anthony braxton - B-Xo/N-O-1-47a
parker/bailey/bennink - topography of the lungs

^^ sem repetir músicos no papel de líder (ou a lista seria infinita. tudo do coltrane, p.ex.). qualquer sugestão, será muito bem vinda...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

gente grande

admirador confesso do manuel, encaro sempre a escrita sobre um disco dele como um acto tão apaixonado como exigente. daí que este texto tenha ficado tão denso, apesar de algumas tentativas brandas para tentar aligeirar a coisa. preocupações levianas perante a obra, talvez.

para a semana sai um artigo colectivo no bodyspace subordinado ao tema de "free jazz fodido". escolhi escrever os grandiosos the snake decides do evan parker e luna surface do alan silva. a ver se coisa não resvala para o caos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

sensibilidade?

muito provavelmente, não existe qualquer necessidade de mais um texto sobre o take care, mas toda a euforia colectiva em torno do disco está-me a deixar alguma vontade em ouvi-lo e (confirmando as baixas expectativas) deixar umas notas a refrear os ânimos (por muito parva que essa ideia seja. e é). para já, e conhecendo apenas a 'marvin's room' e a 'make me proud' o drake continua a ser tão inofensivo quanto aborrecido, incapaz de sacar um gancho que seja no meio de tanta vulnerabilidade ("i'm so i'm so i'm so" é o refrão? até a nicki sucumbe ao sonambulismo). sem alimentar um grande desprezo, acima de tudo sempre me deixou indiferente. provavelmente devia manter-me assim, mas eventualmente vou ouvir o disco. dar importância a pequenas coisas, certo?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

planos

tal como tinha mencionado, investida saudável pelo burgo com disco que vai ser reeditado em breve. até ao final do mês haverão ainda textos a untitled e dias das cinzas do manuel mota e à fonte de aretusa. com tropical 2, exile, red mars, towards the megalith e um artigo a destacar algumas mixtapes r&b deste ano numa calha hipotética, prevêem-se dois meses de escrita regular, antes de chegar a euforia das listas.

acho que o felizardo era o gajo ideal para agarrar o how the thing sings.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

médios

apesar de deixar latente uma existência meramente aglutinadora, capitulando o continuum com recurso a tendências mais fortuitas como a juke ou o wonky sem fazer do uk/global/whateva bass uma bandeira, carrier do sully consegue superar alguns desses maneirismos pela obstinação cuidada no uso de uma ambiência geral (minimamente gradada) enquanto fio condutor. os burialismos* das duas primeiras malhas servem, desde logo, esse propósito que passa pela melancolia/alienação urbana que tem sido uma quase-regra, err, alienante. sobra um mínimo de ideias interessantes que sustém os temas o suficiente evitar que o álbum sucumba à auto-fagia do mood over matter**. o que o faz funcionar bem tanto no conforto do labor late-night como no regresso a casa pela cidade. antes de cair no esquecimento, e descartando o escapismo xaroposo (goth? ugh) de 'i know' ou 'bonafide', fica 'trust' como malha maior e o facto de samplar a melhor canção da rihanna em 'let you' como mais uma prova de que a reciclagem r&b se tornou norma no panorama pós-dubstep.

*será isto tão importante que esquecemos tudo o que ficou para trás?

**algo que dedication nem sempre contornou, num paralelo evidente.