pensamentos cíclicos em torno do black metal (enfrentando a sazonalidade do ouvir) levam-me a magicar mais conjecturas do que a passá-las, efectivamente, para escrita. este blog poderia/deveria servir para isso mesmo, mas acabo sempre por me refrear na ausência de linhas mestras para que possam ter algum sentido. dos dois documentários que vi recentemente sobre os mayhem, o once upon a time in norway ganha pontos por uma visão mais sociológica e menos auto-centrada do que o (auto-produzido) pure fucking mayhem. mesmo que açambarque apenas o período polémico da banda (1986-93. ou aquele que mais interessa), consegue fazê-lo de um modo menos sensacionalista do que aquilo que se pôde ler no mítico lords of chaos. fez-me também perceber que gosto mais deles do que supunha. e dar-me o mínimo de disposição para ouvir o ordo ad chaos.
saltando para 2011, estão-se a replicar os dois anos anteriores a seu ritmo. aesthethica tem feito escorrer tinta o suficiente para que se fale no género (mesmo que de forma quase tangencial), mas está longe de superar, ou mesmo confirmar aquilo que fez de renihilation um dos meus discos favoritos dos últimos tempos. na ausência de ideias mais cortantes, podem ler aqui o que achei sobre o disco. em breve vou também debruçar-me sobre diotima dos krallice.
ainda no plano de um hipotético crossover, o álbum de estreia dos defheaven deve reunir todas as condições para tal, tendo em conta o que ouvi deles. mais pela acessibilidade do que pela ruptura, acaba por se enquadrar naquele campo referencial onde tácticas do pós-rock por via de algum hardcore* coabitam com o black metal, num contínuo com os significantes que mounds of ash dos castevet acabou por reiterar com a coolness necessária para se distanciar do espectro nekro**. inevitavelmente, encontra-se aqui uma via apetecível que fará tanto sentido como a tendência pós-hydrahead circa 2002/3 se instalou definitivamente num campo lexical previsível (alguns chamam-lhe post-metal). teoricamente, trata-se de uma solução pouco entusiasmante: apesar de mounds of ash e gin dos cobalt terem atingido bons resultados (e deixando o deserto dos horseback de lado), acaba por se deleitar com uma linha condutora previsível, alimentada pelas premissas regulamentadas em oceanic como fundamento para aquilo que deveria ser apenas matéria residual e com a vulnerabilidade do shoegazing a amenizar o processo***. nada contra. nada a favor.
* toda a tensão de spiderland surgiu num contínuo com este som de louisville. o que me lembra que isto poderia ter sido brilhante.
** para um menor distanciamento contextual, os agalloch ou o recente mammal dos altar of plagues conseguem resolver as suas epopeias sem recorrer a um rehash prematuro. entre uma abundância de alternativas que podem ir dos boss-de-nage aos caina, sem chegar a deathspell omega.
*** alcest enquanto statement formal de uma hazyness que se instalou com serenidade depois de filosofem ter deixando patente essa ideia enquanto matéria volátil (o drone).
saltando para 2011, estão-se a replicar os dois anos anteriores a seu ritmo. aesthethica tem feito escorrer tinta o suficiente para que se fale no género (mesmo que de forma quase tangencial), mas está longe de superar, ou mesmo confirmar aquilo que fez de renihilation um dos meus discos favoritos dos últimos tempos. na ausência de ideias mais cortantes, podem ler aqui o que achei sobre o disco. em breve vou também debruçar-me sobre diotima dos krallice.
ainda no plano de um hipotético crossover, o álbum de estreia dos defheaven deve reunir todas as condições para tal, tendo em conta o que ouvi deles. mais pela acessibilidade do que pela ruptura, acaba por se enquadrar naquele campo referencial onde tácticas do pós-rock por via de algum hardcore* coabitam com o black metal, num contínuo com os significantes que mounds of ash dos castevet acabou por reiterar com a coolness necessária para se distanciar do espectro nekro**. inevitavelmente, encontra-se aqui uma via apetecível que fará tanto sentido como a tendência pós-hydrahead circa 2002/3 se instalou definitivamente num campo lexical previsível (alguns chamam-lhe post-metal). teoricamente, trata-se de uma solução pouco entusiasmante: apesar de mounds of ash e gin dos cobalt terem atingido bons resultados (e deixando o deserto dos horseback de lado), acaba por se deleitar com uma linha condutora previsível, alimentada pelas premissas regulamentadas em oceanic como fundamento para aquilo que deveria ser apenas matéria residual e com a vulnerabilidade do shoegazing a amenizar o processo***. nada contra. nada a favor.
* toda a tensão de spiderland surgiu num contínuo com este som de louisville. o que me lembra que isto poderia ter sido brilhante.
** para um menor distanciamento contextual, os agalloch ou o recente mammal dos altar of plagues conseguem resolver as suas epopeias sem recorrer a um rehash prematuro. entre uma abundância de alternativas que podem ir dos boss-de-nage aos caina, sem chegar a deathspell omega.
*** alcest enquanto statement formal de uma hazyness que se instalou com serenidade depois de filosofem ter deixando patente essa ideia enquanto matéria volátil (o drone).
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